"Podes dar sem amar, mas não podes amar sem dar".
(Amy Carmichael)
"..., homens
dos quais o mundo não era digno," (Hebreus 11:38)
Amy Carmichael
nasceu no dia 16 de Dezembro de 1867,numa pequena vila na Irlanda do Norte. Era
a mais velha dos sete filhos de David e Catherine Carmichael, um casal de
presbiterianos devotos. Aos 26 ano, precisamente no dia 3 de Março de 1893,
viajou para o Japão como missionária. Em 1895 voltou para casa, devido ao seu
precário estado de saúde. Ainda no mesmo ano, já recuperada, saiu novamente
como missionária, dirigindo-se desta vez para a Índia, onde permaneceu sem
visitar á terra natal, até ir ter com o Senhor, isto em Janeiro de 1951.
Era uma candidata
improvável para o trabalho missionário, pois sofria de neuralgia, uma doença
dos nervos que lhe tornava o corpo fraco, dorido e que a deixava de cama
semanas a fio. Foi na convenção de Keswick em 1887 que ouviu Hudson Taylor
falar acerca da vida missionária. Pouco depois se convenceu do seu chamado. Ela
foi comissionada pela “Missão Zenana da Igreja de Inglaterra". Muito do
seu trabalho foi com moças jovens, algumas das quais foram salvas da
prostituição forçada. A organização por ela fundada era conhecida por “Dohnavur
Fellowship”.
Ainda recém-chegada
á Índia, Amy passou uma noite com uma senhora crente que morava junto a um
templo pagão. O templo era circundado por um muro de 10 metros de altura.
Naquela noite, impressionada com um som de choro que vinha do outro lado do
muro, Amy não conseguia dormir. Ela sabia que dentro do templo havia crianças
escravizadas á religião pagã indiana. certamente choravam de medo, pensou.
Angustiada, Amy saiu de casa. Foi até o quintal e, por algum tempo, caminhou de
um lado para o outro. Finalmente, ajoelhou-se sob um pé de tamarindo, e
parecia-lhe que o próprio Senhor Jesus viera e ajoelhara-se também ao seu lado.
"Senhor",
ela orou, "Queres que eu tente libertar as crianças que estão nos templos?
Queres que eu deixe o meu trabalho com os adultos e passe a cuidar só das
crianças?
O "sim" do
Senhor Jesus encheu-lhe o coração. Ela não podia negar uma chamada tão clara.
Mas, como atendê-la. Como? Foi assim que começou um trabalho pioneiro para
salvar as crianças da Índia - obra que requereria uma coragem do mais alto
padrão.
A venda de crianças
como prostitutas do templo, para serem “casadas com os deuses” e depois
colocá-las á disposição dos hindus do sexo masculino que frequentavam o templo,
era um dos “pecados secretos” do hinduísmo e mesmo alguns dos missionários
estrangeiros recusavam-se a crer que fosse tão predominante como Amy afirmava.
Alguns deles acreditavam que ela estava perdendo tempo á procura de crianças
que nem sequer existiam. Mas Amy não deixou deter. Através da ajuda de mulheres
indianas convertidas, que em certos casos percorriam o país como espiãs, ela
começou vagarosamente a expor essa medonha chaga.
Embora não estivesse
sozinha em sua campanha (os reformadores hindus revoltavam-se também com a
prática), teve de enfrentar tremenda oposição. Mais de uma vez foi acusada de
sequestro e a ameaça de dano físico se encontrava sempre presente. Não
obstante, Amy prosseguiu em sua operação de salvamento e em 1913, doze anos
depois de iniciar seu controverso ministério, tinha 130 crianças sob os seus
cuidados. Nas décadas que se seguiram, centenas de crianças foram resgatadas e
abrigadas em Dohnavur (conhecida com associação Dohnavur).
Como a entrada de
estrangeiros no templo hindu era expressamente proibida, Amy conseguia
tranquilamente ter acesso, pois disfarçava sua pele branca. Descobriu que o
café deixava o seu rosto e braço do mesmo tom marrom-suave das mulheres
indianas; para completar o disfarce vestia algumas roupas indianas – um
“seelie”, uma longa túnica branca de mangas curtas, e “sári”, que cobria a
cabeça e cujas pontas ficavam presas debaixo do braço.
Seus amigos
missionários, ao verem-na vestida á indiana, disseram: Você parece mesmo uma
indiana, é um ótimo disfarce. A sorte é que você tem olhos castanhos e não
azuis, falou sua amiga. Repentinamente, Amy se lembrou da sua decepção quando
criança ao orar a Deus fervorosamente pedindo-lhe olhos azuis, uma vez que toda
a família os tinha. Amy sempre ouvia sua mãe dizer que Deus sempre responde as
orações, mas desse pedido específico, Ele havia negado. Agora ela entendia
perfeitamente porque seus olhos eram castanhos: ela iria precisar de olhos
castanhos para o seu disfarce. De fato, Deus tinha dado a melhor
resposta!
Em um acidente Amy
quebrou a perna e o tornozelo e durante 20 anos sentia dores para andar. Nos
últimos 2 anos de sua vida , não conseguia sair da cama, apesar das fortes
dores que sentia, o seu quarto era chamado “o Quarto da Paz”. Neste período
tinha mais tempo do que antes e então começou a escrever a história dos 37 anos
em que Deus a usou na Índia. Escrevia poesias, cânticos e um total de 13 livros
depois do acidente. Foi através desses livros que cristãos de todo o mundo
ficaram sabendo sobre as crianças dos templos da Índia. Como resultado, foram
criadas leis na Índia declarando ser crime vender uma criança ao templo. A nova
lei salvou milhares de crianças de um destino terrível.
Amy Carmichael
morreu na Índia em 1951 com 83 anos de idade. Ela pediu para não porém nenhuma
pedra tumular na sua campa; em vez disso as crianças que ela tanto amava
puseram algo com a inscrição “Amma”, que significa mãe em Tamil, um dialecto
indiano.
Enquanto servia na
Índia Amy recebeu uma carta de uma jovem que queria ser missionária e que
perguntava como era exercer essa função. Amy respondeu: “A vida missionária
é simplesmente uma forma de morrer”.
"Portanto,
meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do
Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão." (1 Co 15:5)
Fonte: http://redebeteldeeducacaocrista.blogspot.com.br/2012/09/comprando-criancas-para-deus.html#